PARTIDO DE TIGRE

O Município de Tigre está conformado por duas áreas: uma Insular (Delta) e uma Continental. O território insular está delimitado pelo Rio Luján, o Paraná de las Palmas, o canal Governador Arias e o Rio de la Plata.

O território continental está delimitado por: ao norte com o Rio Paraná de las Palmas; ao nordeste com o Rio de la Plata; ao sudeste com o Município de San Fernando; ao sul com o Município de San Martin; ao sudoeste com o Município de Malvinas Argentinas e ao oeste com o Município de Escobar.

O Município de Tigre está formado pelas seguintes cidades: Tigre Centro, Delta de Tigre, Talar, Dique Luján, Pacheco, Troncos del Talar, Ricardo Rojas, Benavídez, Nordelta, Nuevo Delta, Don Torcuato e Rincón de Milberg.

ILHAS DO DELTA

O Rio Paraná é um dos mais caudalosos do mundo. No seu percurso, arrasta um grande volume de sedimentos, que são depositados antes da sua desembocadura no Rio de la Plata. Muitas vezes grandes cúmulos deles dão origem a novas ilhas. Foi deste modo que, ao longo de milênios, originou-se o Delta de Paraná, com uma extensão de 14.000 km2. Em números de extensão, é o quinto maior de todo o planeta e o terceiro em importância na América do Sul. Além disso, é considerado o mais povoado e o mais afetado pelas atividades humanas.

O Delta de Tigre conta com mais de 350 rios e riachos. Este complexo sistema hídrico, surgido da formação e o crescimento das ilhas, as quais vão dividindo o curso das águas, contribui para dar forma à paisagem, constitui vias de comunicação, modela a vida e os costumes dos seus habitantes e faz um papel muito importante na história e a cultura local.

As características ambientais do Delta del Paraná permitem que muitas espécies vegetais e animais sejam distribuídas em latitudes mais austrais, mesmo quando normalmente se desenvolvam em zonas subtropicais. A grande heterogeneidade da paisagem transforma estas áreas húmidas em ambientes com uma elevada biodiversidade.

FAUNA

Um dos atrativos faunísticos é constituído pelas aves, representadas por mais de 170 espécies, embora não todas estejam presentes na mesma época do ano. As aves mais características nesta área natural, são as aquáticas como o Saracuruçu, o Carão e o biguá. Este último caracteriza-se por ser um bom mergulhador e, em geral, fica posando em uma vara ou tronco com as suas asas estendidas tomando sol para poder secá-las. Também estão as espécies vistosas como a garça moura, a garça-branca e a garça bruxa, que geralmente estão nos ceibos que cercam a lagoa.

A floresta, no entanto, é visitada pelo sabiá-laranjeira, que frequentemente procura no solo lombrigas, pelo pica-pau-verde-barrado, que com os seus bicos fortes e afiados procura insetos debaixo da casca das árvores e, entre os arbustos, a balança-rabo-de-chapéu-preto, que agilmente se mexe depressa entre a vegetação. Na praia é muito comum ver a garça-branca, a gaivota-maria-velha, e nos juncais ribeirinhos, o bate-bico, o estorninho de asa amarela (chupim-do-brejo) e o papa-piri. Nas florestas pode se ver o sabiá-laranjeira, o sabiá-poca, a calhandra-de-três-rabos, a iraúra-de-bico-branco, bem-te-vi, o inquieto balança-rabo-de-chapéu-preto, o tuque-pium, a corruíra, a asa-de-telha, a choca-de-chapéu-vermelho, etc.

Nos rios e arroios é frequente ver o cágado-cabeça-de-cobra, sobre pedras ou troncos, e algumas arraias em áreas arenosas. Também existem diferentes tipos de cobras, algumas de grande tamanho, mas inofensivas e uma espécie muito perigosa, a cobra urutu-cruzeiro, que geralmente está nos montes isolados, longe da presença do homem. Embora às vezes possam se encontrar alguns exemplares depois de uma cheia do rio ou viajando nos aguapés. Também é possível observar-se nas plantas às margens dos rios, ramalhetes cor-de-rosa que são ovos de caracóis ampularia.

FLORA

Observando a Primeira seção do Delta, desde o rio encontram-se diferentes ambientes naturais. Em primeiro lugar, está o juncal, onde as ondas do rio chegam junto com os juncos, que são muito resistentes às fortes correntezas e as marés altas. Na floresta inundável, encontram-se espécies como o ceibo, com suas atraentes flores vermelhas; e o salgueiro. O salgueiro tem duas formas diferentes de se apresentar): como floresta densa, onde todas os exemplares são da mesma idade e formam um conjunto homogêneo; ou entrelaçado com outras espécies, como as mencionadas.

Os ambientes aquáticos estão compostos por: capim-dos-pampas nas áreas mais altas, sarandí, lírio íris amarelo, taboa nas margens e uma densa vegetação flutuate, composta principalmente de samambaia d´água, lentilha d´água, repolho d´água e aguapés, espécies que se desenvolvem próximas a uma variedade de plantas submergidas. Chegando às áreas mais altas, encontra-se a floresta seca, composta principalmente por espinilho, álamo, espinho-de-Jerusalém e tala. Entre outras espécies está o salgueiro-chorão, salgueiro álamo, nogueira-pecã, alfeneiro, a ligustrina, a árvore-do-paraíso, liquidámbar e a casuarina.

Nas ribeiras dos rios forma-se um ambiente variado. Toda a vegetação se mistura com as árvores frutíferas (árvores de laranja, limoeiros, nozes, árvores de ameixa, mandarim), as samambaias (hortênsias, azaléias, camélias, etc). Há plantações de vime e fórmio. Nos parques, calçadas e praças observam-se espécies como: eucalipto, jacarandá-mimoso, araucária ou pinheiro-do-Paraná, plátano, tília, árvore-do-paraíso, classes diferentes de coníferas, etc.

GEOGRAFIA E GEOLOGIA

A cidade ocupa uma superfície de 148 km² no continente e 220 km² de ilhas. Sua população era de 380.709 habitantes em 2010.

Na prefeitura, a seção continental aglomerada a Buenos Aires, está separada do setor insular do Delta do Paraná pelo rio Luján. A porção do Delta que corresponde ao Município de Tigre é uma mínima parte do total e é conhecida como Primeira Seção do Delta de Buenos Aires.

Um dos rios gigantescos do mundo, o Paraná (guarani: pai do mar) é o responsável desta formação geológica formidável que é capaz de deixar perplexo a quem o descobre com suas exorbitantes cifras. corre ao longo de 4000km, derramando mais de meio milhão de m3 de água todos os anos. Também forma uma bacia hidrográfica de aproximadamente 2.800.000km2 e aporta mais de 200 milhões de toneladas de material sólido todos os anos.

Como planície fluvial, as águas barrentas do Paraná originam numerosas ilhas por deposição de sedimentos que o vão dividindo em milhares de afluentes. Finalmente, aquele entrecruzamento de sedimentos transportados por rios forma o Delta. Nosso Delta oferece várias particularidades merecedoras de menção: é, talvez, o único do mundo que não acaba no mar, mas em outro grande rio, sendo suas águas completamente doces; do ponto de vista geológico, é uma nova formação em contínuo desenvolvimento. Outro fato que influi em seu desenvolvimento é que as fontes do Paraná e seus maiores contribuintes estão na área tropical, enquanto o Delta desfruta de um clima agradável, com invernos frios, mas moderados pela ação das águas que chegam do norte. São estas águas as que determinaram a exuberante vegetação e a fauna que a embeleza ainda mais ao visitá-la.

SALA DE ESPERA SUSTENTÁVEL

A Estação Fluvial possui uma sala de espera sustentável, um caminho podotátil e um mapa tátil, estes últimos para facilitar a localização das pessoas com deficiência visual. O objetivo é manter os valores de sustentabilidade e acessibilidade para oferecer um bom serviço aos moradores das ilhas e aos visitantes.

No que se refere à sustentabilidade, o município incluiu uma sala de espera com imagens e textos que relatam as diferentes características do distrito, em quatro categorias temáticas: História de Tigre, Estação Fluvial, Natureza e Delta e Produção. Dessa forma, moradores e visitantes podem conhecer as qualidades de Tigre e da região das ilhas antes de embarcar.

O mapa ou plano tátil é uma ferramenta de geolocalização para pessoas cegas que permite conhecer, neste caso, os trajetos realizados pelas diferentes linhas de transporte fluvial pelos rios e arroios do Delta. Por outro lado, o caminho podotátil é uma trilha que possui códigos em relevo, de modo que moradores e visitantes com deficiência visual saibam em cada momento onde estão, se há uma interseção ou diferentes direções para continuar o percurso.

Para os visitantes, o percurso começa na entrada da Estação onde começa o caminho podotátil. Lá se encontra o mapa tátil e o acesso à sala de espera. Finalmente, os visitantes podem encontrar um ponto de imagens panorâmicas onde moradores e visitantes podem tirar a clássica foto junto às letras corpóreas que formam o nome da cidade.